Monday, December 24, 2007

Votos de Natal


Este ano, aos que forem passar o Natal à terra, desejo que não fiquem por lá. E aos outros também.

Sunday, December 16, 2007

Super cliente Sapo

Nem só os meus amigos 'bloggers' me enviam inquéritos a sondar a minha inefável personalidade. Os meus amigos do 'sapo' também estão muito interessados nos meus dados pessoais, provavelmente porque estão na corrida para identificar quem são os tais que andam a desinquietar a noite da cidade do Porto. Ou quem anda a levar caixas multibanco para casa, sei lá. Aqui vai o último inquérito que me vai garantir 4,5 kg de Toblerones.



Consegue imaginar o que faria com 4,5Kg do delicioso chocolate Toblerone? Consegue? Então tudo o que imaginou poderá vir a ser realidade!


Preencha o formulário que se segue e habilite-se a ganhar um dos 45 Super Toblerone de 4,5Kg


1. Para tal, tem de ser um Super Cliente de um, ou mais, dos seguintes serviços: - Serviço de Telefone Fixo da PT Comunicações - Serviço SAPO ADSL - Serviço Sapo Mail - Serviço SAPO Messenger.


Nome -------------------- Lino Centelha

Morada ------------------ Mem Martins City

Telefone de Contacto -----9XX XXX XXX


Nota: Se for um dos vencedores, será contactado para o número de telefone indicado em "Telefone de Contacto"


2. Sou um Super Cliente...


PT Comunicações - Número de Telefone Fixo ---------- 21X XXX XXX

SAPO ADSL - Username do acesso ADSL -------------- as????????????@sapo

SAPO Mail - Endereço de Email SAPO ---------------- ???????????????@sapo.pt

SAPO Messenger - Endereço de Email utilizado no SAPO Messenger ----------- JAMAIS!


3. Mas não basta ser um Super Cliente... terá de nos convencer disso. Inspire-se e escreva uma frase a explicar porque é um Super Cliente.


Sou um super cliente, mas tão super cliente, que quando se olha para mim se vê logo que sou um super cliente. Tenho um telefone fixo que quase não uso mas que tenho que ter para ter o ADSL e pelo qual pago, quer faça chamadas, quer não faça chamadas 15,32 € por mês. A ligação ADSL propriamente dita custa-me a módica quantia de 35,57 €. Pago, portanto, 50,89 € por mês para "assapar", como vocês dizem. Isto faz de mim um dos melhores pagadores de internet da Europa, com uma velocidade de 4 Mega que é sempre na prática menor que noutros países com velocidades nominais menores e que pagam menos. Além disso recebo, com toda a paciência, este tipo de 'mails' e telefonemas que me garantem que o que pago inclui levar em cima com o marketing que vos apetece. Se eu não sou um super super cliente ao manter-me na vossa rede, quem é que é?


4. Por fim, envie-nos a sua melhor receita para acompanhar ou utilizar o chocolate Toblerone, que poderá ser publicada em http://sabores.sapo.pt.


Os 15,32 € que pago para um serviço que não sei o que é, mas que suponho que sirvam para sustentar o Limbo, que o infalível Papa disse ter acabado, davam para comprar pelo menos 6 Toblerones pretos por mês, que é a dose recomendada pela OMS a quem não viva nos países produtores de cacau (esses que chupem no dedo que já ficam com o imenso dinheiro que sobra dos intermediários Europeus que têm um enorme trabalho a trazer o cacau para cá...) Mas uma boa receita para um Toblerone pequeno é eu a dar uma dentadinha num lado e ela do outro até o Toblerone acabar e depois continuar... Os 4,5 kg de Toblerone hão-de dar até à Primavera e só nessa altura mudar de rede para conseguir manter o hábito.

Friday, November 09, 2007

Sorte grande

Nós, portugueses, não somos tristes nem melancólicos. Pelo contrário, somos alegres e despreocupados. O que nos leva a andar sempre de cabeça baixa e olhos no chão é o medo de pisar cocó de cão.

Friday, October 19, 2007

Tuning desportivo

Senhor Director

A 8 de Setembro surpreendia-se o Público Digital com a sondagem Marktest a considerar que "Wrestling é o site desportivo mais visitado". Também a mim o 'desportivo' me soou como uma pancada na cabeça, mas acho que recuperei.

Nos últimos tempos o fenómeno dos auxiliares químicos para melhorar o físico dos atletas parece ter-se tornado o desporto favorito dos homens. E das mulheres.

O desporto-rei, pelo menos cá entre nós - que noutros países há outros - já só é atraente se jogado e ganho pela nossa equipa.

Perante estes factos e outros semelhantes, evidencia-se que, tal como o Geocentrismo e Deus, o Desporto morreu. A ideia romântica de Ele ser uma forma de unir e exaltar o humano está definitivamente arrumada no sótão. O ténis, o golf, o futebol, a fórmula um, até o atletismo, são formas de valorização económica como quaisquer outras, e destituídas, por isso, dos valores humanistas que as geraram: o atleta é um painel publicitário ambulante.

Proponho por isso, para que não sejamos obrigados a assistir diariamente a mediáticos actos infames e a não menos mediáticos arrependimentos, que se passe a aceitar em sede própria os fenómenos desportivos como eles são.

Poderia haver, sem prejuízo do que já existe, uma Volta à França para Dopados. Porque não? Não há já a Volta à França do Futuro? Esta seria ainda mais à frente. Quando vou para o meu emprego com uma dose adequada de anti-depressivos todos me felicitam por trabalhar tão bem disposto.

Poderia haver um campeonato mundial de Fórmula I para espiões. Ou uns Jogos Olímpicos para atletas carregados de esteróides - Jogos Esteroidimpicos! Se há os Paralímpicos... Aí sim, haveríamos de ver os verdadeiros limites do ser humano, e ficaríamos maravilhados por um humano - com o devido tuning - fazer os cem metros em menos de 5 segundos. No símbolo dos Jogos, em vez de cinco argolas, poderiam estar cinco comprimidos... às cores.

Em termos económicos seria fascinante. As modalidades haveriam de ser mais diversificadas. Surgiriam novos canais temáticos especializados a passar vinte e quatro horas por dia os melhores - ou os piores - momentos. Haveria mais e melhores patrocínios. Porque uma equipa de râguebi em que só se bebesse cerveja poderia competir com uma que só bebesse whisky e pelos resultados sabermos o que é melhor: as marcas teriam aí um confronto directo de potencialidades. Com a vantagem de se poderem conceber modalidades que tirassem partido das novas realidades sociais, como equipas só de emigrantes clandestinos, equipas só de ex-toxicodependentes, equipas só de pedófilos, selecções nacionais só de estrangeiros, equipas amadoras só de divorciados, equipas de jornalistas tendenciosos a jogarem - e a ganharem - com jornalistas isentos falidos, campeonatos mundiais de aberração. São milhentas as hipóteses que existem de ir ao encontro do que realmente as multidões anseiam.

Cá em Portugal, por exemplo, para promover as audiências, seria garantido o sucesso de um desporto, tipo futebol, em que os árbitros só estivessem autorizados a favorecer o Benfica...


(Carta, agora aberta, com sugestões úteis e necessárias, para o Director do Público)

Saturday, October 06, 2007

À atenção do fisco

Benefícios fiscais para os bombistas suicidas por terem uma profissão de desgaste rápido.

Saturday, June 30, 2007

Só descobriram a fraude quando o robot arrotou

Monday, May 14, 2007

Se eu fosse...

Se eu fosse uma hora do dia, seria ... de ponta
Se eu fosse um astro, seria ... um pulsar
Se eu fosse uma direcção, seria... Geral
Se eu fosse um móvel, seria ... um guarda factos
Se eu fosse um liquido, seria ... hélio II
Se eu fosse um pecado, seria ... ignorar
Se eu fosse uma pedra, seria ... pomes
Se eu fosse uma árvore, seria ... uma macieira
Se eu fosse uma fruta, seria ... café
Se eu fosse uma flor, seria ... um lírico
Se eu fosse um clima, seria ... pesado
Se eu fosse um instrumento musical, seria ... um banjo
Se eu fosse um elemento, seria ... o Mendelévio
Se eu fosse uma cor, seria ... azul cobalto
Se eu fosse um animal, seria ... um leopardo
Se eu fosse um som, seria ... um zumbido
Se eu fosse música, seria ... "Bridge over troubled water"
Se eu fosse estilo musical, seria … rock sinfónico
Se eu fosse um sentimento, seria ... angústia
Se eu fosse um livro, seria ... "Um almoço nunca é de graça"
Se eu fosse uma comida, seria ... arroz
Se eu fosse um lugar, seria ... "aldeia da Luz"
Se eu fosse um gosto, seria ... natural
Se eu fosse um cheiro, seria ... terra molhada
Se eu fosse uma palavra, seria ... "acaso"
Se eu fosse um verbo, seria ... sonhar
Se eu fosse um objecto, seria ... um ábaco
Se eu fosse peça de roupa, seria ... um chapéu
Se eu fosse parte do corpo, seria ... a narina esquerda
Se eu fosse expressão facial, seria ... a perplexidade
Se eu fosse personagem de desenho animado, seria … Rantamplan
Se eu fosse filme, seria ... "Até os anjos comem feijões"
Se eu fosse forma, seria ... um recta no espaço de Riemann
Se eu fosse número, seria ... o número de Nepper
Se eu fosse estação, seria ... meteorológica
Se eu fosse uma frase, seria ... "anda cá que eu te levanto"


Lino Centelha

Thursday, February 15, 2007

A Xis

Soube no sábado passado que a Xis, a revista suplemento do Público, ia acabar. Confesso que foi um choque. Há uns anos, quando comecei a lê-la, eu era outro homem. Ou antes, eu hoje, graças à companhia da Xis, sou outro homem.
Quando o Lino Centelha me perguntou se eu queria colaborar no blogue dele, há mais de um ano, eu disse-lhe que sim porque considerava que a minha experiência haveria de ser benéfica para uma série de homens que, digamos assim, nunca se tinham aproximado da revelação. O facto é que ao mesmo tempo eu achava que tecer aqui um elevado nível de informações para proveito de desconhecidos que muito provavelmente não mereciam, era o mesmo que dar pérolas a porcos. Por isso e pela falta de tempo fui adiando a colaboração.
O fim da Xis, que me deixa com um certo tipo de orfandade, e a novidade de este blogue ter passado a ter um patrocinador que remunera as colaborações, fazem com que me pareça mais aliciante dar andamento a uma intervenção que vai ser, seguramente, mais benéfica para os leitores do que para mim.
O meu propósito é dar à generalidade das pessoas os elementos básicos de uma vida de experiências que não tendo sido sempre bem sucedidas, encontraram no reforço da auto-estima o elemento vital para uma vida de êxitos e felicidade.
Antes de conhecer a Xis, há alguns anos, eu sentia-me terrivelmente culpado pela vida que levava, pela maneira como tratava os meus semelhantes, pelas irregularidades que as circunstâncias me levavam a cometer, pela dureza com que tratava os meus familiares, pelas sacanices que fazia, pelas burlas e corrupções, em suma por uma vida ética e moral que eu próprio considerava reprovável mas não conseguir evitar.
Ao conhecer a Xis, em poucos meses, a leitura cuidada e repetida dos melhores artigos, a atenção aos editoriais, o brilho das entrevistas e dos conselhos, a insistência daquela fantástica visão do mundo, aumentou de tal maneira a minha auto-estima e o meu amor-próprio que eu passei a conhecer o segredo que fazia alguns comentadores de televisão serem tão felizes e imperturbáveis.
Hoje, graças a uma tão singela revista, já não sinto culpa de nada.

Vidigal Inácio

Saturday, February 03, 2007

Sunday, January 21, 2007

Talvez

Na grande questão do aborto, decidi fazer campanha pelo talvez. Depois de muito pensar e me informar, e voltar a pensar depois, cheguei à conclusão que não me revejo nem no sim nem no não. Não sei ainda como vou montar a minha estratégia de campanha, até porque não parece ter sido prevista uma posição que excluísse as duas que estão a ser impostas, mas como a razão está do meu lado, só tenho que seguir em frente com fé. É precisamente por aí, pela confrangedora pobreza da proposta, que a minha campanha do talvez vai começar: o referendo ao aborto, nos moldes em que está definido, corresponde a um efectivo aumento dos impostos. Estamos, portanto, perante mais uma clamorosa violação das promessas eleitorais. Como sabem a violação é uma das circunstâncias em que o aborto já é permitido na actual legislação. Havendo neste caso, uma violação, parece-me a mim que há fortes probabilidades de o referendo ao aborto ter o direito de ser abortado. Porém, e aqui se vê a diferença da minha proposta, o talvez é uma posição que deixa em aberto a hipótese de não se fazer o aborto mesmo no caso de violação.
Eu sei que o talvez vai ser visto por muito boa gente - e pela má ainda mais - como uma espécie de pelo sim pelo não. Nada de mais errado porque o talvez é mesmo para ser ao mesmo tempo contra o sim e contra o não, mantendo-se na equidistância central que é própria da virtude.
O talvez pretende dar uma hipótese ao abortado de ter uma palavra a dizer. É um pouco como a escolha da religião ou do clube de futebol: será a consciência do próprio indivíduo a determinar a ocasião do seu próprio aborto, mais o recurso eventual a opiniões externas (do tipo deixar os pais dos alunos dar notas aos professores).
Tudo isto parecerá um pouco confuso se não se tiver em conta que o meu projecto vai definir duas novas figuras legais, que passariam a ter efeito se o talvez ganhasse. Refiro-me ao aborto retroactivo e ao aborto a título póstumo.
O aborto retroactivo destina-se a ser aplicado a todos aqueles que a dada altura da sua vida se reconheça ter sido um grave erro não terem sido abortados até às dez semanas. O exemplo recente de Saddam Hussein.
O aborto a título póstumo tem como objectivo ser atribuído a todos aqueles que só depois de terem morrido se lhes reconhece a perniciosidade com que nasceram, e que leva a sociedade a concluir que melhor teria sido se tivessem sido eliminados na altura certa. Augusto Pinochet, por exemplo.
A mais inovadora das propostas é também a que irá ter mais resistência, uma vez que é minha intenção que caso vença o talvez, possa entrar imediatamente em vigor, dando hipótese a que nos livremos de algumas personalidades da nossa vida política e social, que deveriam ter sido abortadas há muitos anos e não foram por causa do não.

Alícia Neto